A Agência de Refugiados da ONU faz um apelo para que países que fazem fronteira com o Afeganistão mantenham as fronteiras abertas para a entrada de imigrantes.
Segundo a representante da agência, Caroline Van Buren, a maioria dos afegãos não conseguem deixar o país por vias legais. Ela alertou que até o último sábado não haviam voos comerciais chegando ou saindo de Cabul.
Na última semana, imagens mostraram uma grande multidão tentando embarcar em aviões militares. Até a pista de decolagem foi invadida no aeroporto de Cabul.
Alguns países que não têm divisa direta com o Afeganistão já tomaram medidas para evitar a entrada de imigrantes. A Grécia instalou uma cerca de 40 km e um sistema de vigilância em sua fronteira com a Turquia.
O país europeu, que estava na linha de frente da crise migratória em 2015, quando mais de um milhão de pessoas fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio cruzaram a fronteira da Turquia para a União Europeia, disse que pode mandar de volta quaisquer afegãos que chegarem ilegalmente ao país.
A Turquia, por sua vez, aumentou o patrulhamento na fronteira com o Irã. Neste sábado, as forças de segurança turcas detiveram alguns imigrantes na cidade de Van. A maioria deles era de nacionalidade afegã.
Os Estados Unidos aconselharam, neste sábado (21), que norte-americanos no Afeganistão evitem ir para o aeroporto de Cabul. No domingo, o Talibã organizou filas para evitar novos tumultos no aeroporto.
O governo australiano disse que quatro voos saíram de Cabul neste sábado à noite com mais de 300 pessoas, incluindo australianos, britânicos, americanos e afegãos com visto. Na última semana, cerca de 8 mil pessoas deixaram o Afeganistão em aviões dos EUA, Reino Unido e de países europeus.
Um dos cofundadores do Talibã, Mullah Abdul Ghani Baradar, chegou a Cabul neste sábado (21) para iniciar o processo de formação de um novo governo no Afeganistão, informou o organismo extremista.
Outro líder talibã histórico visto na capital nos últimos dias é Khalil Haqqani, um dos terroristas mais procurados pelos Estados Unidos, com uma recompensa de US$ 5 milhões.