Quando o outono chega, a preocupação com as doenças respiratórias aumenta nessa época do ano, principalmente agora em meio à pandemia do coronavírus. Os asmáticos, por já portarem uma complicação pulmonar sentem-se ainda mais ameaçados, por serem grupo de risco. Como no último dia 5, foi celebrado o Dia Mundial da Asma, o alerta é reforçado quanto ao tratamento, prevenção e controle da doença.
No Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), nos primeiros quatro meses deste ano (janeiro a abril de 2020) foram registrados oito casos de pessoas atendidas com diagnóstico de asma, propriamente dito, mas esse número pode ser ainda maior e confundido com o cansaço, dificuldade respiratória e falta de ar que totalizaram 785 atendimentos. Como explica a coordenadora do Pronto Socorro do Huse, Débora Feitosa.
“As pessoas devem entender que a asma pode ser desencadeada por diversos fatores como alergia a poeira, mofo, pêlos de animais, viroses, gripes e resfriados, fumaças, cheiros fortes, exposição ao ar frio, entre outras causas e a tosse prolongada e chiado no peito também fazem parte dos sintomas. Essa estação é mais preocupante por causa das chuvas, outro fator relevante é a pandemia da Covid-19, que tem assustado muitos pacientes e fazendo com que eles se encaminhem ao Pronto Socorro por outros motivos como dificuldade de respirar e cansaço”, explicou Débora Feitosa.
A doença pulmonar atinge mais de 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Ministério da Saúde (MS). O tratamento é baseado nas medidas de higiene do ambiente, medicamentos (drogas de alívio e profiláticas) e vacinas para alergia. A servidora pública Nadja Moura, 51, é fumante e sofre com crise asmática. Ela ressalta os momentos difíceis que passa durante uma crise e o medo do coronavírus.
“Sei que estou errada por fumar. Estou tentando diminuir e até mesmo deixar esse vício. Tenho uma tosse seca constante, fico sufocada às vezes e na frieza a dificuldade de respirar aumenta. Morro de medo do coronavírus e evito até sair de casa. Só vou ao trabalho e volto pra casa. Mas sou acompanhada pelo pneumologista e tomo minhas medicações certinhas. O meu maior problema é o cigarro, porque até em casa eu não descuido da limpeza”, concluiu a servidora pública.