A portaria 34, divulgada durante o período da crise do Covid-19 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cortou 98 bolsas de mestrado e 25 de doutorado da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Segundo o pró-reitor de Pós Graduação e Pesquisa da UFS, professor Lucindo Quintans, essa é uma situação “surreal” para a pós-graduação do Nordeste brasileiro que, segundo ele, foi a região mais prejudicada pela medida, especialmente para a UFS que possui cerca de 85% de todos os programas de pós-graduação do Estado.
Em resposta, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e as Sociedades Científicas Afiliadas enviaram uma carta ao presidente da Capes, professor Benedito Aguiar, afirmando que a Portaria 34 foi publicada sem diálogo prévio com a comunidade científica e poderá levar o sistema de pós-graduação nacional a uma situação muito difícil, inclusive com o fechamento de programas e cursos em áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional.
De acordo com Lucindo Quintans, os cortes irão prejudicar um número expressivo de programas da UFS, inclusive de doutorado, o que contraria a política da própria Capes, de fortalecimento dos doutorados, já que o Brasil não deve atingir a meta do Plano Nacional de Educação para a Formação de Doutores.
“Para a UFS, o prejuízo é muito grande porque vai afetar programas essenciais para a formação de recursos humanos, inclusive em áreas estratégicas para o Estado, como Saúde, Biotecnologia, Física, Matemática, Ciências Agrárias, Sociologia, Educação, Administração, só para citar algumas áreas. Portanto, basicamente todo sistema de pós-graduação da UFS foi prejudicado com essa medida da Capes, mesmo que alguns poucos cursos tenham ganhado bolsas, pois a medida é contraproducente para o desenvolvimento do país, especialmente num momento em que o Brasil e o mundo necessitam de novas pesquisas e profissionais mais qualificados”, diz o pró-reitor da UFS.
Com informações da Assessoria de Comunicação da UFS