Apesar do marketing e do apoio popular nas ruas e também no desfile cívico de Lagarto, os catadores de materiais reciclados responsáveis por fazer a coleta seletiva de lixo no município estão enfrentando problemas. Tanto é que alguns deles já retornaram ao aterro sanitário do município, por falta de rendimentos financeiros oriundos da coleta.
O caso foi externado pelo conhecido Roberto da Vigilância Sanitária, durante o programa Juventude Notícias, da última segunda-feira (1). Por isso, na ocasião, ele pediu que a gestão municipal fortalecesse a conscientização da população por meio de campanhas publicitárias e ações nas escolas. “Eu passo por lá e converso com eles para motivá-los e dizer que todo começo é difícil, mas se o poder público não se mobilizar, o êxodo será grande”, disse Roberto.
Diante disso, o Secretário Municipal do Meio Ambiente (SEMA), Aloísio Andrade (Prefeitinho), explicou que a coleta seletiva de lixo é um fato novo para toda a sociedade lagartense e ressaltou que há sim a necessidade do engajamento de outras secretarias municipais no assunto. Uma vez que a SEMA sozinha não dispõe da estrutura necessária como transporte dos coletores e dos materiais a serem coletados nos diversos pontos da cidade.
Por isso, ele anunciou que foi realizada uma reunião extraordinária entre a prefeita Hilda e representantes das secretarias de Ação Social, Comunicação, Saúde e Obras, para viabilizar estratégias para facilitar o trabalho dos cooperados. A ideia é que a Secom produza toda a mídia publicitária e os agentes comunitários de saúde distribuam panfletos e orientem a população sobre como fazer a seleção correta do lixo. Enquanto a Secretaria de Obras disponibilizaria um caminhão para auxiliar os cooperados e a de Ação Social distribuiria cestas básicas durante seis meses para eles.
“Mas não é somente isso, precisa de muito mais! […] Um outro detalhe: infelizmente, Lagarto é uma cidade que respira politicagem o dia todo. Nós resolvemos, como ente público da Secretaria de Meio Ambiente, a primeiro ir em busca dos grandes geradores, visitando as grandes empresas de Lagarto que produzem esse material reciclável: Grupo Maratá, Grupo Rocha, faculdade, universidade, supermercados. Não foram todos não, mas nós encontramos até quem disse que não vai dar o material, porque tem o funcionário que vende e o dinheiro é para ele, e aqueles outros com parentesco com nossos adversários políticos também se negam a ajudar, para que Lagarto dê errado e, consequentemente, eles voltem para a prefeitura”, disse.
Ainda segundo Prefeitinho, os grandes geradores de materiais recicláveis não temem as punições oriundas na condicionante da sua Licença Ambiental. Entretanto, ele afirmou que luta pelos cooperados não tem sido fácil, mas que permanece engajado porque a ideia de acabar com os lixões é apadrinhada pelo Ministério Público. “Eu não quero, como secretário do Meio Ambiente e nem é essa a posição da prefeitura, passar o rolo compressor, fazer pressão junto ao Ministério Público, mas as pessoas precisam entender que nós precisamos se preocupar com o social”, lamentou.