Após tomarem conhecimento do quantitativo de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento exclusivo de pacientes com a Covid-19, o Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE), o Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) lançaram uma nota conjunta defendendo o isolamento social em todo o estado.
De acordo com os Ministérios Públicos, “na rede hospitalar pública do Estado de Sergipe, há, atualmente, 27 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), para atendimento exclusivo de pacientes com a Covid-19, adultos e pediátricos, sendo: 11 no Hospital de Urgência de Sergipe, 10 no Hospital Universitário de Lagarto, 01 no Hospital Regional de Itabaiana e 05 no Hospital de Cirurgia”.
Quanto aos leitos clínicos (observação, estabilização e enfermaria), os MPs informaram que existem atualmente um total de 134 exclusivos para atendimento dos pacientes com Covid-19, com previsão de criação de mais 212, totalizando 346 leitos clínicos. “Porém, desse quantitativo, apenas 45 leitos já estão disponíveis para regulação estadual, ou seja, prontos para o atendimento imediato do paciente”, observaram.
Já a rede hospitalar privada oferta no presente momento 32 leitos de UTI, sendo: 03 no Hospital Renascença, 09 no Hospital Unimed, 10 no Hospital Primavera e 10 no Hospital São Lucas, exclusivos para atendimento de pacientes com Covid-19. Quanto aos leitos clínicos são atualmente 61, assim distribuídos: 06 no Hospital Renascença, 21 no Hospital Primavera, 10 no Hospital São Lucas e 24 no Hospital Unimed, destinados para atendimento exclusivo de pacientes diagnosticados com a Covid-19.
“Sendo assim, o quantitativo total de leitos de UTI e clínicos de retaguarda atualmente disponíveis para utilização imediata e exclusiva para pacientes com Covid-19, em toda a rede hospitalar pública e privada de Sergipe, é de 59 leitos de UTI e 133 leitos clínicos de retaguarda (observação, estabilização e enfermaria)”, conclui o MPSE.
Os órgãos observaram ainda que não há data para conclusão da expansão dos leitos hospitalares por conta da falta de recursos humanos, EPIs, respiradores, ventiladores mecânicos, e demais insumos médicos; e que mais de 80% da população, caso fosse infectada, poderia sobrecarregar o sistema público de saúde justamente por não possuir um plano de saúde.
“Por isso, os Ministérios Públicos reforçam a necessidade de manutenção do isolamento social em Sergipe, bem como que seja demonstrado pelos Poderes Públicos à população, de forma contínua e transparente, não só a preparação para o período de pico da pandemia, com as datas de entrega dos novos leitos já equipados, mas também a apresentação de cronogramas de testagem ampla e os estudos de cenário com os números de internações previstas”, conclui os MPs em nota.
Cabe destacar que o posicionamento do MPSE, do MPT e do MPF/SE foram divulgados dois dias depois do governador Belivaldo Chagas ter flexibilizado, através de novo decreto, as medidas de isolamento social em todo o estado. Relembre: Belivaldo permite o funcionamento de alguns estabelecimentos comerciais