Em decorrência da pandemia de covid-19, Glademir Aroldi, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), emitiu uma carta aberta ao Congresso Nacional Brasileiro solicitando a não realização das eleições municipais de 2020 e unificando-as numa eleição geral em 2022.
Na carta, Glademir Aroldi lembra que devido a pandemia 55 nações adiaram as eleições. “O risco para a democracia é gravíssimo já que a participação popular será tolhida pelo medo da infecção, pelo desconhecimento das plataformas políticas e até mesmo dos candidatos”, argumenta.
Ainda no texto, ele destaca que as pré-convenções partidárias e as convenções partidárias, previstas no calendário eleitoral para se realizarem de 20 de julho a 05 de agosto, já não poderão ser realizadas adequadamente, porque “na esmagadora maioria dos Municípios brasileiros, o eleitor em geral não tem como participar de teleconferências, e o voto, que possibilitará a escolha dos candidatos, não poderá contar com a participação dos maiores de 60 anos, sem que estes ponham em risco a sua saúde”.
E muito embora a Justiça Eleitoral afirme que tem condições de realizar as eleições, o presidente da CNM observa que “o exercício do voto, por si, já é um risco enorme, pois – mesmo que mantido o distanciamento social, o uso obrigatório da máscara e a distribuição de álcool – o local de votação, o leitor biométrico e a urna eletrônica são meios de disseminação do vírus”.
Por fim, Glademir Aroldi diz que realizar as eleições no final do ano impedirá a prestação e análise das contas dos candidatos, bem como, a diplomação dos eleitos, além do que inviabilizará uma adequada transição de governo, o que inviabilizaria o novo governo.
Eleições tendem a ocorrer em dezembro
É que o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que adiar as eleições não é sequer uma hipótese a ser considerada, enquanto a Câmara dos Deputados e o Senado Federal firmou um acordo para analisar a realização do pleito em dezembro.
De Lagarto, os deputados federais Gustinho Ribeiro (SD) e Fábio Reis (MDB) possuem opiniões contrárias quanto ao adiamento das eleições. É que enquanto o primeiro defende a unificação dos pleitos com a prorrogação dos mandatos até 2022, o segundo defende que as eleições sejam adiadas no máximo até dezembro.
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