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Conselho Regional de Medicina denuncia falta de médicos no HU de Lagarto

hul hospital

Nesta semana, o Conselho Regional de Medicina (Cremese) denunciou a falta de médicos no Hospital Universitário de Lagarto, onde foi constatado que um paciente precisou ser anestesiado por meio de videoconferência. A divulgação da denúncia ocorreu após a realização de uma vistoria realizada na unidade.

Segundo o Cremese, em janeiro deste ano, foram identificados alguns problemas na escala médica, que acabou ocasionando outras desconformidades, como por exemplo: restrição de plantões, sobrecarga de pacientes acima da capacidade para atendimento e prejuízo na estrutura do Hospital.

O Cremese ainda destacou que a falta de médicos no HU de Lagarto é antigo, tanto que foi notado em 2017, quando foi eticamente interditado. Contudo, em 2018,  por conta de um Mandado de Segurança, a unidade foi desinterditada. Mesmo assim, os problemas continuaram, mas o hospital acabou não sendo interditado novamente por conta da pandemia de Covid-19, quando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável pelo HUL, convocou os aprovados no concurso público vigente, mas não obteve o sucesso esperado para suprir as demandas por profissionais.

O que diz o HUL

Diante da situação, o Hospital Universitário de Lagarto emitiu uma nota ao Portal Lagartense.  Confira na íntegra:

Situação atendimento paciente

O paciente que necessitou do procedimento cirúrgico chegou ao hospital por meios próprios com quadro de ferimento por arma branca em região abdominal, inicialmente estável hemodinamicamente. Devido à falta de anestesista escalado para o plantão no referido dia, previamente já notificado à Central de Regulação do Estado, a cirurgiã geral que realizou o atendimento fez a regulação do paciente para o HUSE (unidade de referência).

Durante o transporte do paciente pelo SAMU, o mesmo apresentou instabilidade hemodinâmica e a ambulância, por se tratar de uma unidade básica, sem a presença de médico, necessitou retornar ao hospital para estabilização do paciente, visto que o mesmo não apresentava mais condições de transporte naquele momento.

Realizado contato com o Hospital de Itabaiana, mais próximo, para que recebesse o paciente, a solicitação foi prontamente acatada. Foi realizada intubação orotraqueal e expansão volêmica com soroterapia e hemotransfusão, mas sem sucesso na reversão do quadro de instabilidade, o que impossibilitou o transporte do paciente para o município vizinho.

Como medida para salvar a vida do paciente, os plantonistas da clínica médica assumiram a função de anestesiar o paciente para que os cirurgiões pudessem realizar o procedimento cirúrgico para controle do sangramento. Pela impossibilidade de postergar a abordagem cirúrgica, devido à gravidade do quadro de saúde, o chefe do serviço de anestesia auxiliou remotamente os médicos no manejo intraoperatório do paciente, que resistiu ao procedimento cirúrgico e encontra-se em recuperação na unidade de terapia intensiva no hospital de Lagarto.

Providências

As providências internas foram tomadas, tanto pelo HUL quanto pela Ebserh Sede, com um novo redimensionamento de pessoal que mostrou a necessidade do aumento do quantitativo de profissionais no quadro assistencial do hospital. O mesmo foi encaminhado à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), ligada ao Ministério da Economia, para que a mesma pudesse autorizar as vagas pleiteadas e assim a realização da convocação dos aprovados em concurso público. Ao mesmo tempo, foi comunicado aos órgãos competentes, como SES, Secretaria Municipal de Saúde de Lagarto e Ministério Público Federal para conhecimento da iniciativa.

Durante a pandemia o hospital contratou mais de 250 profissionais temporários para enfrentamento à COVID-19. Associado a isso, foi aberto 30 leitos de terapia intensiva, 30 leitos de enfermaria e 3 leitos de observação/estabilização. A unidade hospitalar também atuou de forma efetiva para colaborar com a Saúde do Estado de Sergipe, atendendo mais de 4800 pacientes e internando e cuidando de mais de 1900 usuários acometidos pela infecção.

Baixa adesão convocações

Há disponibilidade de 12 vagas para clínica médica, cinco para anestesiologista e cerca de mais 20 vagas para demais especialidade médicas. Desta forma, tem ocorrido convocações sucessivas do edital nacional do concurso público vigente, porém com baixa adesão, por se tratar de candidatos residentes em outros estados ou regiões, já que o concurso é nacional, o que tem dificultado o preenchimento dessas vagas. Lembrando que a unidade hospitalar conta atualmente com 11 anestesiologistas em seu quadro de profissionais médicos.

Sobrecarga de pacientes

A sobrecarga de pacientes acima da capacidade de atendimento se dá por três motivos: primeiro, o crescimento do hospital através da criação de novos serviços como tomografia computadorizada, endoscopia, colonoscopia, fibrobroncoscopia, ambulatório de especialidades médicas, tornando-se dessa forma referência para a região de saúde. Segundo, pelo agravamento ou agudização das doenças crônicas, que ficaram represadas durante a pandemia, mas que agora têm levado muitos pacientes ao hospital em busca de atendimento. E terceiro, pelo aumento da incidência de traumas e agressões interpessoais na região, que por vezes motivam a necessidade de cuidados de internamento hospitalar.

Fatos esses, que podem ser comprovados através de mais de 3.000 atendimentos prestados mensalmente pela porta de Urgência do hospital, que resultam em mais de 400 internamentos mês, mais de 100 cirurgias mês (entre ortopédicas e gerais), e uma taxa de ocupação que tem girado em torno de 120 / 130 por cento, diariamente.

Importante ressaltar que o hospital não pode prover a totalidade de atendimentos da região, cabendo também aos municípios a oferta de serviços que atendam às demandas de saúde locais através da atenção primária, como: UPAs, UBSs e demais estruturas de atendimento básico.

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