O escritor e cordelista pernambucano Ivaldo Batista escreveu e publicou o cordel intitulado Aracaju – Paraíso Nordestino. A obra busca homenagear a capital sergipana pelos seus 166 anos.
Em suas linhas, o cordelista destaca alguns pontos turísticos da cidade, bem como diversas personas e tradições. Tudo isso sem contar com os espaços que desde o seu surgimento chamam a atenção de todos. Confira o cordel na íntegra:
ARACAJU – Paraiso nordestino
Peço ao povo brasileiroUm pouco de atençãoOuçam o que vou dizerA respeito desse chãoTrato dele sem tabuFalo de AracajuPara todo cidadão.Aracaju meu torrãoMinha divina cidadeComo é bom viver em tiTenho tanta afinidadeCreio que ninguém duvidaDa qualidade de vidaDescobri que é verdade.Tive a felicidadeTantas vezes eu fui láE sempre meu coraçãoMe disse para ficarAmo a tranquilidadeA paz e a liberdadeQue temos nesse lugar.Lá quem resolveu morarEscolheu melhor destinoCidade cheia de charmeParaíso nordestinoÉ assim que eu lhe chamoE nesse cordel declamoE assim eu vaticino.É assim que eu declinoDilene nobre guerreiraCidadã nesse torrãoRincão de Jabes NogueiraAracaju mostra a caraCom sua beleza raraE sua gente festeira.Vou lá de toda maneiraFilmar e digo a vocêsDas vezes que visiteiLembro a primeira vezAracaju é da genteEu era adolescenteNa idade dezesseis.No ano oitenta e três (1983)Ao fim dos anos oitentaNa PIB Aracajunossa vivência aumentaconheci na mocidadeVim muito nesta cidadeA vida nos acrescenta.A gente assim documentaComenta para mostrarTemos com AracajuMuita coisa pra contarMemorial e memóriaEu tenho tanta históriaFatos pra compartilhar.Eu gosto de estudarA cidade e fazerDescrever tudo em versosE deixar o povo lerNesse cordel se decantaAracaju nos encantaEu vim provar a você.Cantada por AgepêQuero aqui recordarAracaju minha amadaNão para de inspirarFoi cantada por CaetanoQuem é aracajuanoÉ claro que vai lembrar.Mais tarde vou me aprontarPensando fazer a farraVou na coroa do meioPonte Aracaju-barraNa curva da beira marE por lá quero encontrarCom essa gente de garra.Aracaju nos agarraVenho aqui todo anoNesse pedaço de céuVer este povo urbanoAqui me sinto felizNesse cordel que eu fizMe sinto aracajuano.Nesse solo sergipanoGonzaga foi festejadoLuiz Gonzaga aquiAno passado lembradoO cantor lá de ExuAqui em AracajuFoi muito homenageado.Seu nome aqui é faladoDivulgado ao povãoNa Rádio o Paulo CorreiaFaz sempre divulgaçãoEsse aracajuanoUm grande gonzaguianoEstá aqui em ação.Gonzaga Rei do baiãoVeio a Sergipe afinalTantas vezes no EstadoE também na capitalLembro a inauguraçãoDo estádio BatistãoO campo estadual.Estadual LourivalBatista inauguradoNo ano sessenta e nove (1969)Nove de julho é datadoCantou A, E, I ,O, UExaltou AracajuSergipe foi decantado.Compositores do EstadoGravados por GonzagãoPaulo Dantas, José RoyAmâncio Cardoso entãoE o hino do Hugo CostaGonzaga canta e gostaDeu linda interpretação.Ainda o Rei do BaiãoXico Nóbrega mostrouDa relação com SergipeEle até me provouCantou de Angico a praiaO petróleo e AtalaiaLuiz Gonzaga exaltou.Sergipe que te estudouViu arara viu cajuRelatou essa históriaDisposta em um menuEstudei essa cidadeCom essa autoridadeO xico é um guru.Onde fica AracajuClodomir Silva provouFoi cacique SerigyQue nessas terras habitouEntre os rios bem felizSergipe e Vaza-barrisÁrea onde comandou.Cristóvão Barros atacouE dominou este chãoVencendo o SerigyE Siriri seu irmãoEra janeiro o mêsE o trono portuguêsFez esta dominação.Ai nessa ocasiãoSão Cristóvão foi fundadaMil quinhentos e noventaE assim anunciadaLogo virou capitalDa província idealPor ser bem localizada.Mas a história é mudadaQuando Aracaju nasceuNo ano cinquenta e cinco (1855)Foi isso que aconteceuCidade antes projetadaPlanejada e transformadaFoi assim que sucedeu.Foi assim que ocorreuUma assembleia elevouO povoado de SantoAntônio se projetouDe povoado a cidadeE capital de verdadeAracaju se tornou.A capital se mudouFoi assim a transferênciaO Seu Inácio BarbosaQue estava na presidênciaDa província disse simE o barão do MaruimTambém deu sua anuência.Justifica-se a urgênciaPra essa transformaçãoA região do açúcarCrescia em produçãoPrecisava de estruturaEra grande a culturaPrecisava escoação.A data de da fundaçãoPela lei provincialÉ 17 de marçoMunicípio e capitalAracaju conquistouGarantiu e se mostrouComo cidade ideal.De beleza sem igualUm litoral de primeiraSenhora da ConceiçãoÉ a sua padroeiraTenho fé e esperançaQue Sergipe e o ConfiançaLevantem essa bandeira.Já vi lá gente romeiraVi sergipano a péOutros pregando o CristoO homem de NazaréPastor Natanael CruzEsse servo de JesusAnunciando a fé.Cristãos filhos de JavéFazendo as oraçõesNa cultura eles retratamSuas manifestaçõesFui lá no museu da genteSergipana e vi de frenteSuas ricas tradições.São muitas as criaçõesExposições tem demaisAracaju em SergipeRevela um povo que fazSua tradição oralO seu fazer culturalEstá sempre em cartaz.Aracaju tem a pazQue a gente tanto procuraNos seus índices eu vejoSua boa estruturaÉ capital nordestinaNessa cidade divinaSinto que a vida é doçura.É expressão da culturaTem mulheres na poesiaCom Izabel NascimentoE toda academiaSergipana do cordelQue na rima é fielE faz versos todo dia.Isso nos dar alegriaAo ver essa imensa listaEu vi “ Das neves as nuvens”Tanta mulher cordelistaVou avisar dessa minaO informe se destinaA Shirley que é jornalista.Passei ligeiro a vistaVi tantas belezas milSó coisas encantadorasSob o céu azul anilFui ao 18 do forteUm bairro da zona norteTem um povo varonil.Aracaju é BrasilÉ Nordeste encantadorÉ uma cidade belaOnde Deus nosso SenhorEm tudo que fez marcouAssinou e carimbouCapricho do criador.Essa gente de valorAcredita no que fazInspirou-se em SalvadorAo ver os seus orixásNo dique do TororóRio Sergipe é o óE o sergipano é de paz.Foi há dois anos atrásEm pleno aniversarioO governo inaugurouEsse bonito cenárioQue homenagem bacanaPara gente sergipanaQue está no imaginário.Os personagens lendáriosPassando na orla eu viO reisado e São GonçaloChegança e CacumbiTaieira e bacamarteiroUm retrato brasileiroNo largo da gente ali.Ali também percebiApesar de ser intrusoOlhei o barco de fogoFiz self com parafusoLambe-sujo e caboclinhoInclui-me neste ninhoSou personagem incluso.Nesse cordel que conduzoEu procuro registrarAs belezas da cidadeOs encantos do lugarUm pedacinho do céuDo Nordeste um troféuQue Deus decidiu nos dar.Vem comigo viajarVem provar cada momentoAracaju tem belezasVista lá do firmamentoDeus primeiro começouE o homem continuouFazendo investimento.No cordel eu apresentoLugares pra você irDe barco vá passearViver e se divertirNa ilha dos namoradosNas redes ali deitadosPra descansar ou dormir.Aracaju vem curtirRealizar teu desejoVer belezas naturaisPassear no caranguejoVenha para o litoralVer que lindo visualDa cidade que cortejo.Lugar calmo que almejoPor sua tranquilidadeDescobri AracajuEm ti a felicidadeEu gosto de tua praiaA orla de AtalaiaInspira vitalidade.Eu amo essa cidadeQuando vou lá eu ensaioQuero ficar e morarFico triste quando saioEssa terra é minha caraMe sinto caju, araraOu caju e papagaio.Vou pra lá de março a maioPasso pelo menos um mêsNa terra do meu amigoEduardo da MercêsA Deus do céu vou pedirE se ele permitirEu vou morar lá de vez.
Da cidade sou freguêsNunca vou me despedirEu saio mas volto logoDaqui não quero partirAracaju meu torrãoTe amo de coraçãoPor isso não vou sair.