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Curta-metragem mostra pesquisa sobre vida em quilombo urbano

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Uma pesquisa do Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde e Ambiente (PSA), da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), desvendou as condições de vida e as necessidades de políticas públicas de saúde na comunidade da Maloca, no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju, um dos primeiros quilombos urbanos a serem reconhecidos oficialmente no país. Ela reúne 91 famílias descendentes dos negros escravizados que foram trazidos para ao Brasil entre os séculos XVI e XIX.

Esse trabalho, realizado em 2018, deu origem ao documentário Quilombo Urbano Maloca, escolhido como participante do festival online Cine Caatinga – Experiências Audiovisuais no Sertão, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), em parceria com produtores locais. Além de exibido pela página oficial do evento e disponível no YouTube, o curta-metragem concorre ao Prêmio Júri Popular e ao Troféu Cabrito Dourado, ao lado de outras 39 produções de todo o Nordeste. A pesquisa em si também ficou conhecida nacionalmente, pois teve um resumo publicado em setembro de 2019, nos anais do 8º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) em João Pessoa (PB).

Na pesquisa, um grupo de alunos e professores do PSA, orientados pela professora Cristiane Costa da Cunha Oliveira e dentro da disciplina de Diagnóstico e Intervenções Interdisciplinares, acompanhou o dia-a-dia da Maloca, fazendo um trabalho de campo com atividades interdisciplinares sobre saúde bucal e o Setembro Amarelo, uma campanha mundial de prevenção do suicídio. De acordo com a professora, os alunos foram desafiados a expor um diagnóstico de comunidades em algum tipo de intervenção com ferramentas interdisciplinares como curta-metragens, publicações de artigos em jornais e ou redes sociais, que pudessem redundar em benefícios aos diversos públicos-alvo.

A então doutoranda Maria Aparecida Conceição Nunes (que fez a direção e roteiro) e os mestrandos Aline Barreto Hora, Tatyane Andrade dos Santos, Julia Caroline Santos, Janaina Eduarda Amarante Bispo, Paulo Celso Curvelo Junior e Ricardo Marques Nogueira Filho, fizeram e registraram entrevistas com algumas moradoras da Maloca, que relataram o modo de vida, as experiências e os desafios enfrentados no cotidiano da localidade.

O resultado da pesquisa apontou problemas nas condições de vida em quilombos urbanos, que acabam afetados pela vulnerabilidade social e econômica, e pelos impactos da urbanização crescente das cidades. “Há problemas de ordem ambiental, com poluição do ar, dificuldades com o saneamento, acometimento pelos quilombolas com doenças crônicas não transmissíveis, bem como os diversos tipos de violência nos espaços destas comunidades antes planejados para serem potenciais espaços saudáveis e de bem-estar social”, disse Cristiane, acrescentando que eles podem ter se agravado com a crise econômica e de saúde causada a pandemia do novo coronavírus.

Ainda de acordo com a pesquisa, os quilombos urbanos precisam de outras políticas públicas de saúde, educação, ocupação do território, economia e assistência social. “No diagnóstico apontado, foi percebido que haveria a necessidade de criação de grupos de convivência para idosos na Maloca, com atividade física, lúdicas e educativas. Outra questão é o potencial agravamento do quadro da situação de saúde e socioeconômica destas comunidades com a pandemia. Além do monitoramento das políticas existentes para a população quilombola, deve haver planejamento com ações e políticas intersetoriais que permitam considerar este contexto com melhor planejamento do território, ações preventivas e educativas em saúde”, afirma a professora.

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