Na manhã desta quinta-feira (8), Claudiane de Jesus, de 22 anos, ao acordar, detectou que o seu marido, José Edenilson de Jesus dos Santos, de 32 anos, havia falecido. A suspeita é que ele tenha sido mais uma vítima da tuberculose em Sergipe.
Mas o que seria uma notícia triste acabou se tornando num dos maiores transtornos já vividos por ela. É que o Edenilson faleceu na madrugada de hoje, mas devido a burocracia do serviço público, seu corpo ainda não foi recolhido pelas autoridades competentes.
À reportagem do Portal Lagartense, Claudiane, que vive de esmolas e da renda oriunda do Bolsa Família, contou que seu marido se recuperava de uma facada que havia levado recentemente e que, em seus últimos dias, ele apresentava muita tosse, seguida de um catarro que segundo ela mais parecia pus.
Além disso, ela lembrou que, a morte foi detectada às 06h da manhã de hoje e que, depois disso, acionou o SAMU, que esteve no local e constatou o óbito. Depois disso, a Polícia Militar também esteve no local e orientou a família a procurar a Polícia Civil, para prestar o Boletim de Ocorrência, para depois acionar a perícia e o recolhimento do corpo.
O procedimento é praxe nos casos de mortes naturais, mas devido a demora no recolhimento do corpo, que já ultrapassou às 15h, a família, agora composta por ela e suas três filhas, além de mais dois parentes, foi obrigada a passar o dia inteiro na rua, enfrentando sol e chuva, devido a situação do corpo que se encontra dentro da casa.
O caso chamou a atenção de populares. Um deles, que não se identificou, lamentou a situação afirmando que “isso só acontece, porque é pobre e preto. Se fosse um branquinho, tudo já teria sido resolvido”.
Diante de tamanho sofrimento, a reportagem apurou que somente a Prefeitura Municipal de Lagarto, por meio da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social e do Trabalho, tem prestado a devida assistência a família. Tanto é que a liberação do caixão já foi garantida. Enquanto o túmulo já foi cedido pela Paróquia de Nossa Senhora da Piedade.
O que dizem as autoridades
O Serviço de Atendimento Móvel Urgente (SAMU) afirmou que tudo o que lhe cabia neste caso fora feito, às 09h00, quando um médico realizou a constatação do óbito por causas naturais.
Enquanto o 7º Batalhão de Polícia Militar (7ºBPM) afirmou que às 09h40 havia informado o CIOSP, em Aracaju, da situação e que este, por sua vez, havia comunicado o Instituto Médico Legal (IML) ainda na manhã de hoje. “Não é necessário a criminalística, porque se trata de uma morte natural”, observou o 7ºBPM.
Já o IML informou que uma viatura foi deslocada para Lagarto antes das 19h. Contudo, até o fechamento desta matéria, o corpo ainda estava no local. Enquanto a família ficou sob os cuidados de uma assistente social da Prefeitura de Lagarto.