Na última terça-feira (17), o saudoso e ilustre lagartense Sílvio Romero foi homenageado pela Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap). A ação ocorreu durante uma tarde repleta de atividades que rememoraram a vida de Romero.
Além disso, as ações que iniciaram no Museu da Gente Sergipana e encerraram com a deposição de uma coroa de flores no monumento em homenagem a Sílvio Romero, situado na Praça Camerino, contaram a presença de Carmem Romero, carioca que veio a Sergipe pela primeira vez com o objetivo de conhecer o legado do seu avô.
Cabe destacar que Carmem é filha de Osvaldo Romero, o filho caçula do terceiro casamento de Silvio Romero com a sergipana Maria Petronila Pereira Barreto. Bióloga e nutricionista aposentada, ela tem 60 anos e contou que seu pai – que foi procurador Geral do Estado do Rio de Janeiro – lhe presenteou com o livro: “Contos Populares do Brasil”, obra que ela leu e releu.
Por isso, a mesma afirmou que o amor pela cultura brasileira é o traço mais significativo que ela carrega do avô. Além disso, ela afirmou que se sente honrada em estar em Sergipe e ver o quanto os sergipanos valorizam os seus nomes e sua cultura.
Apesar do reconhecimento ao ilustre sergipano, a reforma do prédio que leva seu nome em Lagarto parece caminhar a passos largos. É que depois de muita demora, órgãos do Governo do Estado assinaram um Termo de Cooperação Técnica para execução da licitação dos projetos executivos de restauração e reforma da casa.
Biografia do homenageado
Sílvio Romero nasceu em Lagarto em 21 de abril de 1851, formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1873, colaborou com crítico literário em jornais pernambucanos e cariocas, na década de 1870; e foi eleito deputado provincial por Estância, em 1875. Três anos depois radica-se no Rio de Janeiro, onde obteve notoriedade, especialmente como crítico literário.
Ainda no Rio de Janeiro, ele esteve entre os intelectuais que fundaram a Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1897, bem como foi um ativo polemista chegando a produzir artigos para o jornal Carioca Diário de Notícias, dirigido por Rui Barbosa.
Ele também foi deputado pelo Partido Republicano, entre 1900 e 1902, trabalhando na comissão encarregada de rever o Código Civil na função de relator-geral. Já entre 1911 e 1912 residiu em Juiz de Fora, participando da vida intelectual da cidade, publicando poemas e outros escritos nos jornais locais, prefaciando livros, ministrando aulas no ensino superior e proferindo discursos.