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Intervenções em pinturas da Igreja Matriz de Lagarto geram críticas

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Na segunda semana do último mês de janeiro, o Santuário Mariano Diocesano de Nossa Senhora da Piedade entrou em reforma. Orçada em R$ 170 mil, a empreitada ainda não foi concluída, mas já tem gerado críticas da comunidade católica lagartense e de amantes do patrimônio histórico sergipano nas redes sociais. 

O motivo disso teve início há uma semana, quando a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade divulgou uma foto para informar do retorno da imagem de Nossa Senhora da Piedade ao altar do santuário. No entanto, a expectativa de aplausos gerou várias críticas, porque a antiga pintura que rodeia a santa em seu nicho foi completamente alterada. 

Alterações foram denunciadas pela página “Sergipe, meu patrimônio”

Após a postagem paroquiana, a página denominada “Sergipe, meu patrimônio”, divulgou um longo texto – seguido da foto acima – afirmando que a interferência foi realizada para atender ao gosto do pároco e que, portanto, desconsidera valores históricos da edificação religiosa e principalmente a relação de memória e pertencimento da comunidade com o bem. “Ficamos perplexos ao ler alguns comentários do autor da pintura nas redes sociais, que diz: “… a única cultura que me importa no momento é a alegria estampada no rosto do meu pároco”. Uma intervenção arbitraria é muito GRAVE! São questões que envolvem ética, respeito, compromisso e responsabilidade dos órgãos de preservação, dos administradores dos bens patrimoniais, dos técnicos e da comunidade em geral.

A abordagem para o tratamento dos bens históricos deve ter um sentido amplo: ser cientificamente rigorosa utilizando de métodos e princípios relativos à preservação e ao restauro. A crítica tratada nesse texto é sobre a técnica e o respeito à preexistência. A única exigência aqui é a de preservar e transmitir para o futuro os testemunhos materiais de uma civilização, em especial do povo de Lagarto, filhos da Virgem da Piedade”, encerra a postagem.

“Um crime cultural”

Entre os fiéis revoltados com a intervenção está o jovem Rangel Machado que, depois de ver os levantamentos históricos de imagens do “Sergipe, meu patrimônio”, disse considerar a intervenção nas pinturas históricas como “um crime cultural”. “Essa é uma pintura que vem de muitos tempos. Então se o dourado estivesse ruim, que cobrisse como já foi coberto, mas com a mesma pintura e não retirá-la toda como fizeram agora. Minha opinião é que isso se trata de um crime cultural em nossa igreja. Essa era das únicas coisas que aos nossos olhos eram iguais aos de tempos passados”, argumentou.

“Patrimônio tratado como interesse pessoal”

Já a professora e mestranda em História pela Universidade Federal de Sergipe, Monique Hellen, em entrevista ao Portal Lagartense, lamentou a alteração feita na pintura localizada no teto do Santuário. “Aquela pintura do teto era uma das minhas preferidas. Quando criança, eu sentava no meio da igreja só pra admirá-la”, relembra indignada a mulher que hoje tem 33 anos.

Além disso, ela afirmou que o que as alterações promovidas na pintura do Santuário Mariano Diocesano de Nossa Senhora da Piedade foram reflexo de um problema muito comum no Brasil. “Fiquei indignada por um patrimônio lagartense, um símbolo da nossa identidade cultural, ser tratado como assunto de interesse pessoal e não como um bem público municipal. […] o patrimônio tem que ser pensado como algo da sociedade. Envolve todos! Porém, isso acarreta interesses complexos, visto que é mais vantajoso seguir a “moda” retocando aqui e ali ou derrubando imóveis em nome de um progresso que nunca chega. Porque sem cultura não há progresso”, lamentou.

Paróquia não se pronunciou sobre o assunto

Passados os seis dias da repercussão negativa, a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade além de ter bloqueado os comentários da postagem feita no Instagram, também não emitiu nenhum esclarecimento referente as mudanças implementadas nas pinturas históricas. O Portal Lagartense tentou contato com integrantes da paróquia, mas não obteve sucesso. No entanto, permanecemos à disposição do órgão religioso por meio e-mail: [email protected] ou do número (79) 99686-8087.

Fotos: Sergipe, meu patrimônio

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