Lagarto está entre os municípios de Sergipe que apresentaram mais casos de AIDS nos últimos 38 anos, contabilizando crianças e adultos, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde (MS).
Entre 1980 e 2018, foram notificados 170 casos no município, o sexto maior número no estado. Em primeiro lugar aparece Aracaju (2.581); seguido por Nossa Senhora do Socorro (523); Itabaiana (267); São Cristóvão (207); Estância (188) e Propriá (136) que aparece em sétimo lugar.
Em todo o estado de Sergipe foram notificados 5.155 casos de AIDS e 2.301 casos de HIV entre 1987 e agosto de 2019. De maio deste ano para cá, quando o estado registrou 5.054 casos de AIDS e 2.212 casos de HIV, houve um aumento de 101 casos de Aids registrados e 89 de HIV.
Vale ressaltar que HIV é a sigla em inglês para o Vírus da Imunodeficiência Humana e AIDS é a doença desenvolvida. Dessa forma, nem todo indivíduo que tem o vírus HIV chega a desenvolver a doença que ataca o sistema imunológico.
Vitórias e derrotas
De acordo com o gerente do Programa IST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sergipe teve ganhos e perdas nas últimas décadas.
“A última vitória é a prevenção combinada onde a gente não tem só a camisinha para prevenção, mas também o uso de medicamentos. Para isso temos que fazer o diagnóstico precoce para que essas pessoas façam o tratamento imediatamente, com isso, diminuindo o risco de infectar outras pessoas. Há também a questão das profilaxias PrEP (pré-exposição ao HIV) e a PEP (pós-exposição ao HIV) que são grandes novidades incorporadas pelo Brasil”.
Para Santana, a maior derrota contra a AIDS é quando alguma criança nasce com HIV, apesar dos medicamentos, testes e camisinhas disponibilizados. Para ele, isso é o símbolo do que não funcionou no pré-natal,
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral através de exames laboratoriais e testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo (a) usuário (a). Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
A AIDS não tem cura, pois ainda não existe um tratamento capaz de eliminar completamente o vírus HIV do organismo. Os medicamentos antirretrovirais (ARV), que surgiram na década de 1980, ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.
Com informações da SES