Na noite da última terça-feira, 10, o Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso. A votação encerrou com 229 votos a favor, 218 contra e uma abstenção, mas como texto – muito defendido pelo presidente Jair Bolsonaro – precisava de 308 votos favoráveis para ser aprovado, ele acabou sendo arquivado.
Além disso, dos oito deputados federais por Sergipe, apenas Fábio Reis (MDB) e Laercio Oliveira (PP) votaram a favor do voto impresso. Fábio Mitidieri (PSD) não votou, enquanto João Daniel (PT), Fábio Henrique (PDT), Bosco Costa (PL), Gustinho Ribeiro (Solidariedade) e Valdevan Noventa (PL) foram contra.
A proposta rejeitada, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), determinava a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor” independentemente do meio empregado para o registro dos votos em eleições, plebiscitos e referendos.
Cabe destacar que esta foi a terceira derrota do voto impresso na Câmara, já que o tema foi rejeitado em duas votações na comissão especial na semana passada. Além disso, a negativa ocorreu no dia em que as Forças Armadas colocaram blindados nas ruas de Brasília-DF sob a liderança do presidente Bolsonaro, que vem alegando supostas fraudes no sistema eleitoral para justificar a necessidade do voto impresso.
Após a votação, o líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a votação serviu para mandar um recado ao governo federal. “Dizemos não às intimidações, não à desestabilização das eleições, não à tentativa de golpe de Bolsonaro. Queremos no ano que vem eleições limpas, seguras, tranquilas e pacíficas, como o sistema atual garante”, disse Molon.
Já o líder do PSL e defensor da proposta, o deputado Vitor Hugo (PSL-GO) falou que a questão ainda não se encerrou. “Ainda que nós percamos no Plenário hoje, nós já vencemos a discussão na sociedade brasileira porque milhões e milhões de brasileiros foram às ruas expressar sua opinião e dizer que não confiam no sistema”, declarou.