Em Sergipe, 76,6% das crianças e adolescentes vivem na pobreza em suas múltiplas dimensões: renda, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação. Os dados são da pesquisa ‘As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil’, divulgada na última terça-feira, 14, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O estudo indica a privação de renda como a dimensão que mais afeta crianças e adolescentes, em Sergipe, impactando 56,5% de meninas e meninos, seguida pela falta de acesso a saneamento (49,1%).
Segundo o levantamento, outras privações, no estado, são a falta de acesso à educação (13,9%), acesso à informação (12,9%), água (7,5%), trabalho infantil (4,6%) e moradia (3,7%). No total, 76,6% das meninas e meninos sergipanos são afetados por uma ou mais de uma dimensão da pobreza multidimensional.
O material apresenta dados até 2019 (trabalho infantil), até 2020 (moradia, água, saneamento e informação), até 2021 (renda, incluindo renda para alimentação) e dados até 2022 (educação). Em todo o Brasil, são ao menos 32 milhões de meninas e meninos (63% do total) na pobreza multidimensional.
Para analisar a pobreza multidimensional, foram utilizados dados oficiais, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, relacionados a sete dimensões: renda; educação; trabalho infantil; moradia; água; saneamento e informação. Além disso, foi realizada uma análise específica sobre a renda para alimentação.
Brasil
Segundo o Unicef, os resultados revelam um cenário preocupante. O último ano para o qual há informações disponíveis para todos os indicadores é 2019 – quando, em todo o Brasil, havia 32 milhões de meninas e meninos de até 17 anos privados de um ou mais desses direitos. Para os anos seguintes, só há dados de educação e renda, incluindo renda para alimentação – e todos pioraram.
Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes que viviam em famílias com renda abaixo da linha de pobreza monetária extrema (menos de 1,9 dólar por dia) alcançou o maior nível dos últimos cinco anos: 16,1%, versus 13,8%, em 2017. No caso da alimentação, o contingente de crianças e adolescentes privados da renda necessária para uma alimentação adequada passou de 9,8 milhões, em 2020, para 13,7 milhões, em 2021 – um salto de quase 40%. Já na educação, após anos em queda, a taxa de analfabetismo dobrou de 2020 para 2022 – passando de 1,9% para 3,8%.
Ainda de acordo com o Unicef, é urgente priorizar políticas públicas com recursos suficientes voltadas a crianças e adolescentes no país, levando em consideração os desafios de cada região e estado.
Fonte: G1 SE