O Supremo Tribunal Federal aprovou a tese que permite a mudança de nome e sexo por transgêneros sem cirurgia. Diante disto, o cartório 2º ofício do município de Lagarto realizou a alteração do prenome para os transgêneros e o Portal Lagartense foi conferir.
Na manhã desta quinta-feira (23/08) fez-se presente na sede do cartório de Lagarto a presença de três transexuais e alguns funcionários do próprio cartório para abrir um espaço para a imprensa e ser discutido o assunto.
Carla Jeany Rabelo Martins, Barbara Marques dos Santos e Carla Rodrigues da Costa. Estes são os nomes de três meninas transexuais que optaram pela mudança do prenome sem a cirurgia.
As garotas relataram um pouco de suas histórias de luta, superação e triunfo.
Tudo começou desde sempre. As meninas falaram que desde pequenas gostavam de brincar de boneca, andar com meninas e sempre sentiam-se diferente do que eram.
Ao longo do tempo todas foram aceitando-se, mas havia um porém. A aceitação da sociedade e de sua família. A princípio foi muito difícil para todas dar-se conta de que “nasceram no corpo errado”, como disse uma delas.
As garotas relataram o quão gratificante é conseguir uma conquista como essa. E que embora ainda haja muito pela frente, elas não irão desistir de tudo, pois isso foi só o começo.
“Sofremos por falta de oportunidades na educação, saúde e emprego”, disseram. “As pessoas olham torto, como se não fossemos parte da sociedade”, acrescentaram.
As meninas falaram sobre a indignação que é não ser acolhida pela sociedade, tendo em vista que são pessoas normais como as demais do mundo.
“Sofremos constrangimentos como não saber o banheiro que usar em um local público”, “Já pediram para que eu não entrasse no banheiro masculino e nem feminino”, “Passei humilhação em postos de saúdes por não me reconhecerem pelo nome o qual escolhi para mim”, esses foram alguns dos muitos relatos que as garotas alegaram ter passado pelo simples fato de que a população ainda possuí preconceito com as pessoas “diferentes”.
Uma amiga delas que não estava presente, passou por uma situação a qual prejudicou-a na sua vida profissional. Após passar em um concurso público, o profissional da área responsável por chamar os aprovados, segurou a vaga da transexual até acabar o prazo do concurso pelo simples fato de achar que ela não seria apresentável para a empresa. Duas das meninas presentes na sede do cartório disse que passou por algo parecido também. Logo após passar em concurso e ser chamada para efetuar a inscrição, as garotas ouviram quando um dos funcionário disse: “se eu soubesse que eram transexuais, não teria chamado-as.”, “aquilo para mim foi frustante.”, concluí uma delas.
O próximo passo almejado por elas é o respeito e necessidades que todos precisamos. Ter um emprego, educação, saúde e poder viver dignamente.
A conquista foi grande, porém ainda há muito que precisa ser revisto e feito. A base da vida é o respeito, o precisa ser recíproco. Todos temos os direito de quem amar e ser. Cabe agora a cada um de vocês respeitar a decisão tomada pelo próprio indivíduo. Essas são as considerações finais que o Portal Lagartense deixa para você telespectador.