Já ouviu falar em gineterapia? O nome vem do grego e é a união dos termos “gyne”, que significa mulher e “therapeia” que significa cuidar. Esse tipo de cuidado tem os mesmos princípios das terapias holísticas, ou seja, ele não fragmenta as dimensões da pessoa, considerando o corpo, os sentimentos e as energias como um só.
Os ensinamentos sobre cuidado e regeneração da gineterapia envolvem o cuidado com a mulher por ela mesma uma arte e o zelo com a vida. O objetivo é o equilíbrio interno e a retomada da conexão com o planeta e a natureza, para que cada fase da vida possa ser vivenciada de maneira plena.
Inteireza da mulher
A problemática colocada pela gineterapia é que a sociedade contemporânea foi construída de modo a valorizar aspectos masculinos, portanto, firmando um contexto machista. Tais características são, por exemplo a objetividade, o pragmatismo e o raciocínio cartesiano.
Nenhum desses traços é maléfico, porém, quando em excesso, geram desequilíbrio e frustração. As mulheres acabam se deparando, então, com questões como: O que desejo? Qual é o meu lugar no mundo? O que me dá prazer? Perguntas que são abordadas na terapia.
As fases da mulher
O percurso da mulher na gineterapia inclui as quatro fases da vida, entendendo que elas coexistem e se alternam de forma cíclica.
A primeira dela é a menina, com a alegria, empolgação, disposição para começar e recomeçar. A segunda é a donzela, descobrindo sua sexualidade e seu corpo, buscando novas experiências e com determinação para conquistar seus sonhos.
A terceira é a mulher adulta, a mãe, capaz de gerar e gestar a vida, assim como seus projetos pessoais. A quarta é a anciã, ou sábia, que reúne toda a sabedoria das fases anteriores, assumindo um papel de guia que compartilha ensinamentos.
As práticas
O conjunto de práticas envolve e abraça todos os aspectos da vida feminina, desde a alimentação até a menstruação. Cada instrutora, ou guia, tem suas próprias técnicas que podem ser aplicadas individualmente ou em grupo.
Algumas delas são: reiki, meditação ativa, aromaterapia, escrita livre, roda de conversa, plantar a lua, cozinhar, leituras direcionadas e dança. A ideia central é, por meio do reconhecimento de potencialidades e talentos, recuperar a inteireza do ser feminino, nos âmbitos hormonal, nutricional, físico, emocional e espiritual.
Conheça as atividades:
- Plantar a lua: esse é um ritual de conexão com a terra por meio do sangue menstrual. Ele parte do princípio de que terra tem sede de sangue e é dever e privilégio sagrado das mulheres sanar essa sede. O sangue da menstruação é aquele que não vem de guerras, violência ou conflitos;
- Reiki: é uma prática de canalização energética. Ele se baseia em pontos de alinhamento e concentração energética no corpo, que podem ser manipulados com a ajuda de um profissional;
- Aromaterapia: técnica natural que estimula partes do cérebro por meio da ativação sensorial,
- Escrita criativa: atividade cujo objetivo é liberar a criatividade da mente e, por meio do processo de escrever, também se conhecer e se conectar com outras partes do ser.
A oração e os resultados
Em suma, a gineterapia é um exercício filosófico e espiritual de sororidade. Depoimentos de mulheres que experimentaram o processo incluem: “A Gineterapia me transformou em uma mulher que cuida de mulheres” e “Reverenciando a mulher em mim, eu reconheço e reverencio a mulher em você.”
A técnica possui uma prece, escrita por Ana Loqueta. A primeira estrofe segue: “E assim percorro o meu caminho/ Permito-me ser mulher/ Resgato a minha essência feminina/ E liberto-me!”