Com o avanço da agricultura e a mudança de postura do governo federal em relação a produção agrícola, o Brasil tem assistido um crescimento exponencial do uso de agrotóxicos nas lavouras e, consequentemente, na mesa do cidadãos. Entretanto, em Lagarto, não é preciso percorrer grandes distâncias para adquirir os conhecidos “produtos sem veneno”. É que todas as quartas-feiras, das 15h às 19h, uma Feira Saudável é realizada na Praça Santa Luzia, no centro do povoado Colônia 13.
Lá, é possível encontrar hortaliças, raízes, frutas e legumes, além de doces e comidas caseiras a um preço justo. Elas são comercializadas por um grupo composto por cerca de 15 produtores agroecológicos da Colônia 13, que possuem a Certificação de Produção Orgânica, expedida por meio do Guia de Organização de Controle Social (OSC) do Ministério da Agricultura. Segundo o engenheiro agrônomo e integrante do grupo Elvis Valentim Lisboa, o processo de certificação é rígido e serve para garantir que o produto não seja alvo de nenhum agente químico e acabe vendido como orgânico.
“Para obter a certificação, os agricultores precisam formar um grupo e produzir, por pelo menos um ano, seus produtos de maneira ecológica, ou seja, respeitando a Lei de Orgânicos do Brasil, a legislação ambiental, além de serem obrigados a instalarem barreiras em relação às propriedades vizinhas, não utilizar nenhum insumo químico e comercializar o produto diretamente ao consumidor, sem o intermédio de supermercados ou estabelecimentos do gênero. E todo esse processo é fiscalizado pela Emdagro, que elabora um relatório e encaminha ao Ministério da Agricultura”, explicou.
Segundo José Ailton, presidente do grupo Feira Saudável, o foco agora é a conquista do Selo IBD, o qual atesta que o produto é cultivado sem substâncias químicas nem transgênicas, e que está em conformidade com as leis sanitária, ambiental e trabalhista nacionais. “Com isso, nós queremos atingir pontos mais altos, principalmente, na capital. Então estamos nessa luta, trabalhando por um produto limpo e livre do veneno”, comentou.
Já um dos fundadores da Feira Saudável José Felipe de Souza, conhecido como Souza da Cercos, destacou que a ação surgiu há cinco anos e que até os dias atuais continua com o objetivo de oferecer produtos livres de agrotóxicos. “Nós somos uma Organização de Controle Social inscrita no Ministério da Agricultura, temos o técnico Paulo Alves, da Emdagro, que nos acompanha e nos dar o devido suporte. Além disso, aqui somos todos agricultores familiares, que produzimos em nossas roças sem fazer qualquer intermediação. Aqui, cada família vende sua produção direto ao consumidor”, ressaltou.
Uma das adeptas a uma alimentação livre de agrotóxicos, a conhecida protetora Vera, comentou sua experiência com a Feira Saudável. “Já fiz minhas compras e aqui tem um monte de coisa bacana e sem veneno. Inclusive, o pessoal que vem de Aracaju, já passa por aqui e para para comprar seus produtos. Então, as pessoas não podem deixar de conhecer essa feira, porque aqui tem produtos maravilhosos, a um preço muito bem e sem veneno”, ressaltou.
