Cinco projetos da rede pública estadual de ensino foram contemplados com o Selo Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024 (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), na última quarta-feira, 12. Os objetivos são estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas e devem ser cumpridos até o ano de 2030. O evento, realizado no Teatro Atheneu, em Aracaju, contou com a participação de alunos, professores, instituições públicas e privadas que contribuíram com a criação e desenvolvimento de projetos que buscam ampliar a ação sustentável na sociedade. Além da premiação concedida aos nomeados para o selo, ocorreu também a celebração pelos 20 anos do Movimento Nacional ODS.
A solenidade contou com a presença de diversos grupos responsáveis pela criação dos projetos, como a equipe da Escola Estadual 11 de Agosto, do Centro de Excelência Professor Abelardo Romero Dantas e do Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela. Contou também com a participação dos professores certificados, Makel Bruno Oliveira Santos, e o professor e Evanilson Tavares de França, do Centro de Excelência Nelson Mandela, que desenvolve o projeto ‘Alma Africana: reconhecendo as diferenças, esperançando a equidade’.
O professor Makel, que desenvolveu um projeto utilizando fibras de coco para a produção de tijolos solo-cimento, mostrou-se muito honrado enquanto professor da rede pública ao ser consagrado. “Este projeto tem recebido reconhecimento nacional e internacional em feiras científicas, e traz uma proposta de grande valor para a comunidade. Ao produzir tijolos ecológicos de baixo custo e fácil acesso, estamos proporcionando às comunidades mais carentes a oportunidade de substituir suas casas de taipa por tijolos de alvenaria. É uma alternativa sustentável que reflete o impacto positivo que a educação pública pode ter na sociedade em trazer uma proposta facilmente aplicável e que atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1,3,9,11 e 12”, conta Makel.
Contemplado pela segunda vez com o Selo ODS, o professor Evanilson Tavares comentou sobre seu projeto, que nasceu há 19 anos, e que ainda nos dias de hoje atua de forma significativa na comunidade. “O projeto ‘Alma Africana’ tem como objetivo combater o racismo a partir das práticas escolares e atua com 13 estratégias distintas, como o lançamento de uma antologia poética, que fazemos ano após ano. Ultimamente, tem sido mais fácil a realização desta estratégia, graças ao programa da Seduc que contempla a produção textual de alunos e professores. Dessa forma, consequentemente, a partir de uma leitura decolonial, contribuímos com o combate ao racismo”, fala o professor.
A equipe do Centro de Excelência Professor Abelardo Romero Dantas marcou presença no evento, com toda a sua equipe representando o projeto desenvolvido. A proposta intitulada ‘Sustentabilidade no chão da escola’ está no seu terceiro ano de atuação e desenvolve ações de caráter educativo, pedagógico e social no meio ambiente, além de promover a sustentabilidade, onde os alunos coletam materiais e resíduos sólidos para encaminhar à cooperativa de catadores da cidade.
A diretora do Centro, Giselle Arcoverde, conta a importância de receber pela segunda vez o Selo, pelo projeto que já é realizado há três anos. “O projeto aborda um tema que não é novo, mas que ainda assim é pouco visitado, no sentido de ser trabalhado continuamente. Nosso projeto não é pontual, uma coisa que acontece apenas uma vez na escola e não é mais falado depois. É um projeto contínuo, que já acontece há três anos, e que não pensa apenas na questão sustentável, mas também na causa social para animais vulneráveis, onde fazemos trocas da renda adquirida pela castração de animais e pela compra de rações para eles”, diz a diretora.
Além da diretora e equipe de professores, os alunos componentes do grupo também estiveram presentes e atestaram a relevância do projeto desenvolvido. “O projeto tomou novos rumos em 2024, incluindo a realização do 1° Fórum de Imersão a Sustentabilidade, que abordou temáticas como o ciclo da reciclagem, as crises ambientais e os paradigmas de sustentabilidade, além de abordarmos questões vitais sobre o direito animal. O projeto também envolve a cooperativa em que levamos materiais para ajudar na causa animal. A escola tornou-se mais consciente e os alunos estão cada vez mais engajados na causa”, conta o estudante Vitor Andrade, aluno do colégio.
O Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela não ficou para trás e também foi reconhecido por suas ações. O projeto denominado de ‘Oficina de Plantio em Praça Pública’ tem como objetivo tornar a praça um espaço pedagógico, aproveitando-o como um local público. “O projeto surgiu a partir de uma observação feita pelo ativista ambiental José Bezerra, que nos ajudou no desenvolvimento das atividades do projeto. A praça Jornalista Orlando Dantas, localizada ao lado da nossa unidade escolar, passou por atividades de plantio, conciliando o uso público e ambiental da praça”, conta o professor Robervan Santana, acrescentando que outras atividades ainda pretendem ser realizadas na praça do colégio, a fim de possibilitar a vivência na prática.
No Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju, foram premiadas as salas de oficinas de adaptações extracurriculares em educação física para alunos com paralisia cerebral e com baixa mobilidade e locomoção. “Pela quarta vez consecutiva recebemos o selo. Ganhamos o selo dentro do objetivo 4 que trata sobre a melhoria da qualidade da educação. A sala trabalha a motricidade do aluno para que com esse desenvolvimento tenha uma estabilidade melhor em sala e desenvolva seu cognitivo”, explicou o diretor Cledson Santos Inácio.