Os alunos de cursos presenciais das instituições privadas de ensino superior querem a flexibilização do pagamento das mensalidades enquanto durar o período de isolamento social recomendado pelos órgãos de saúde, para conter a propagação do novo coronavírus.
De acordo com o universitário Brunno Acácio, do curso de Pedagogia, a medida é necessária porque, mesmo neste período de quarentena e de suspensão das aulas presenciais, as universidades e faculdades privadas estão ministrando suas aulas a distância (EAD) e cobrando mensalidades no valor de um curso presencial.
“Além disso, elas estão cobrando juros exorbitantes por dia de atraso no pagamento dos boletos. Tem faculdade em Lagarto que oferta 40% de desconto na mensalidade e quando você atrasa um dia, você paga R$ 300,00 de juros. Isso é um crime! Se estamos tendo aula a distância, nada mais justo do que pagarmos o valor de um curso a distância pelo menos por esse período de isolamento do Covid-19”, argumentou.
Acácio ainda relatou que o descaso se repete nas instituições privadas sediadas na capital sergipana. Segundo ele, caso tais exageros não cessem, em breve, muitos universitários terão que trancar os seus respectivos cursos. “A gente percebe que há uma falta de empatia dessas instituições, porque muitos desses alunos são autônomos ou informais. Então se isto continuar, muitos terão que escolher entre comer ou estudar. Nesse sentido, muita gente vai escolher comer e consequentemente trancar o curso”, lamenta.
Diante disso, o universitário – com o aval de outros universitários – formulou um documento e entregou ao deputado estadual lagartense Ibrain Monteiro (PSC), para este apresentá-lo na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). Nele, Acácio solicita aos deputados que junto ao governador Belivaldo Chagas sancionem um decreto que flexibilize o pagamento das mensalidades ou que a tornem mais justas para este período de isolamento social e de paralisação da maioria das atividades financeiras.
Ao receber o documento, o deputado Ibrain Monteiro considerou “muito válida”. Além disso, ele destacou que com a proposta as instituições iriam passar por alguns “apertos financeiros”, mas afirmou que levaria a ideia para o parlamento sergipano por entender que “não é justo o cidadão pagar por algo que não está usufruindo”. A sinalização positiva foi divulgada nas redes sociais de Brunno Acácio e já obteve mais de 2.000 visualizações.
