Na última quarta-feira, 10, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a Lei n° 13.927, que inscreve o nome do sergipano Tobias Barreto de Meneses no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O texto foi sancionado após um mês de sua aprovação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados.
A indicação de Tobias Barreto ao livro de aço foi resultado de um Projeto de Lei do ex-senador Eduardo Amorim (PSDB), que utilizou como uma das justificativas o fato de a voz de Tobias Barreto soar fortemente, na segunda metade do século XIX, “espanando as teias dos preconceitos e do pensamento enrijecido, anunciando uma renovação que se fazia premente em um país escravista, monárquico e culturalmente sonolento”.
À época, o PL ressaltou também o trabalho intelectual do sergipano que dá nome a ruas, praças, escolas, teatro e até mesmo a uma cidade do estado. Por isso exalta a forma lúcida e agudamente crítica de como ele abordava a configuração sócio-econômica e cultural-política do Brasil, lembrando que sua plataforma sintetiza-se no desenvolvimento do conceito de democracia.
“Por ter realizado tarefas intelectuais de tal monta e contribuído sobremodo na construção da cultura e do pensamento nacionais, arrostando o conservadorismo da sua época, incluindo os preconceitos contra sua origem humilde e mestiça, merece Tobias Barreto de Menezes ter seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, nos termos da Lei nº 11.597, de 29 de novembro de 2007”, diz o texto.
Histórico
Tobias Barreto nasceu na vila sergipana de Campos, em 7 de junho de 1839, e faleceu em Recife, em 27 de junho de 1889. Filho de família modesta, pôde, ainda assim, iniciar seus estudos na cidade natal, em tenra idade, prosseguindo-os com as lições de latim e de música nas cidades sergipanas de Estância e Lagarto.
Além disso, ele é o patrono da cadeira número 38 da Academia Brasileira de Letras (ABL), por escolha do fundador, seu discípulo e amigo do ilustre lagartense Sílvio Romero. Sem contar é teve seu nome cedido a cidade que outrora lhe viu crescer, antes mesmo da sua emancipação política.