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Arábia Saudita torturou ativistas em prisão, diz Anistia Internacional.

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A imagem que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamad Bin Salman, queria passar ao mundo, está tendo uma face oculta revelada aos poucos. Principalmente após a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, no consulado do país em Istambul.

A Anistia Internacional, baseada em três depoimentos colhidos separadamente, denunciou, nesta terça-feira (20), que diversos ativistas da Arábia Saudita, presos sem acusação formal pelo regime, em maio último, foram vítimas de assédio sexual, torturas e outros tipos de maus-tratos durante interrogatórios.

Os ativistas Loujain al-Hathloul, Iman al-Nafjan, Aziza al-Yousef, Samar Badawi, Nassima al-Sada, Mohammad al-Rabe’a e o Dr. Ibrahim al-Modeimigh estão entre os detidos na prisão de Dhahban.

Eles foram presos sem acusação formal e sem representação legal. E ficaram em regime de isolamento e em confinamento solitário nos primeiros três meses de detenção.

As revelações apontam para a continuidade de uma ditadura, cuja aparente abertura não passa de um jogo de interesses para a manutenção de um grupo no poder, segundo as denúncias da entidade.

A Anistia acrescenta que vários outros ativistas, além dos já citados, foram detidos com a mesma arbitrariedade nos meses seguintes. Entre eles estão as defensoras dos direitos das mulheres, Hatoon al-Fassi, Nouf Abdulaziz e Maya’a al-Zahran, além de Mohammed al-Bajadi e Khalid al-Omeir, ativistas que já haviam sido perseguidos no passado.

Em homenagem a Fassi, a Associação de Estudos do Oriente Médio concedeu a ela, durante sua ausência, o Prêmio de Liberdade Acadêmica da Associação de Estudos do Oriente Médio.

Morte de jornalista

Indícios que remeteram a participação do governo saudita no assassinato de Khashoggi deixaram o regime muito mais exposto a investigações e vulnerável a denúncias. Os relatos obtidos pela Anistia apontam para violações dos direitos humanos tão ou mais violentas do que nos tempos dos antecessores do “moderno” Bin Salman.

Os depoimentos são chocantes. Com base neles, a organização afirma que os ativistas foram repetidamente torturados por eletrochoques e flagelação, que deixaram alguns incapazes de andar ou ficar em pé adequadamente. Muitos passaram a ter agitação descontrolada das mãos e marcas no corpo. Um dos ativistas supostamente tentou por mais de uma vez se suicidar dentro da prisão.

“Apenas algumas semanas após o assassinato implacável de Jamal Khashoggi, esses relatos chocantes de tortura, assédio sexual e outras formas de maus-tratos, se verificados, expõem violações ainda mais violentas dos direitos humanos pelas autoridades sauditas”, disse Lynn Maalouf, diretora de pesquisa do Oriente Médio da Anistia Internacional.

Maalouf resposabiliza o governo:

“As autoridades sauditas são diretamente responsáveis ​​pelo bem-estar dessas mulheres e homens em detenção. Eles não apenas os privaram de sua liberdade por meses, simplesmente por expressarem pacificamente seus pontos de vista, mas também por sujeitá-los a terríveis sofrimentos físicos ”.

O regime de Bin Salman procurava mostrar que as coisas estavam mudando no país. Em 4 de novembro de 2017, pelo menos 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros foram presos, sob ordens de um comitê anticorrupção, inaugurado horas antes pelo pai de Bin Salman, o rei Salman bin Abdulaziz al-Saud. E nos meses seguintes, mulheres foram liberadas para dirigir automóveis.

Porém, logo se viu que as prisões foram questionáveis, porque muitos dos detidos poderiam interferir na sucessão ao trono local. E agora, situações como essas torturas e a morte de Kashoggi, que, segundo a CIA, foi ordenada pelo príncipe, colocam o governo novamente em xeque. A diretora Maalouf exortou os países a iniciarem uma campanha contra a arbitrariedade na Arábia Saudita.

“A comunidade internacional deve tomar medidas substanciais para pressionar a Arábia Saudita a libertar imediata e incondicionalmente todos os presos por exercerem pacificamente seus direitos humanos”.

 

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