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Aumento de custos ameaça a sustentabilidade do sistema de saúde, alerta estudo

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Nos últimos cinco anos, o preço dos planos de saúde no Brasil aumentou 67,9% — quase o dobro do índice oficial de inflação, que acumulou alta de 38,8%. O número faz parte de um estudo apresentado nesta segunda-feira (02/10) pela Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) na Faculdade de Medicina da USP. Mesmo comparado a outros itens da área de saúde, o aumento de preço dos planos chama a atenção. Os serviços médicos, por exemplo, reportaram alta de 49,6% e os preços de hospitalização e cirurgia subiram 44,7%.

“Os custos da saúde têm subido constantemente e ameaçam a sustentabilidade do sistema como um todo”, disse Francisco Balestrin, presidente da ANAHP. Mas esse não é um problema apenas brasileiro. Uma das surpresas do estudo, segundo ele, foi a descoberta que o aumento de preços da saúde acima da inflação é uma tendência mundial. Em 2016, a inflação média no mundo foi de 2,9%, enquanto os custos da saúde aumentaram 8,1%.

De acordo com Balestrin, são três os fatores que explicam esse fenômeno. O primeiro é a transição demográfica. Como a população está envelhecendo, cresce a procura por serviços médicos e, consequentemente, seus custos aumentam. “Se por um lado é bom, porque as pessoas estão vivendo mais, por outro isso gera um impacto nos preços da saúde”, diz.

Em segundo lugar, está a mudança no perfil epidemiológico da população. Antes, as pessoas tinham doenças infecciosas, mais simples e baratas de serem tratadas. Hoje, doenças crônicas não contagiosas, como câncer, problemas cardíacos e respiratórios, AVC, cujos tratamentos são mais caros.

Se os dois primeiros cenários não irão mudar, há espaço para promover alterações no terceiro ponto, que é o aumento da frequência de uso do sistema de saúde. Atualmente, os brasileiros frequentam mais os hospitais e fazem mais exames e consultas. Segundo Francisco Balestrin, isso “é decorrente de uma gestão inapropriada da saúde da população”.

Leandro Fonseca, diretor da ANS, concorda com essa visão. Segundo ele, todo o modelo precisa ser melhor equacionado. “A sobreutilização tem impactado na dinâmica de preços que tem sido exponencial no setor, muito pelo aumento de frequência”, afirma. “Precisamos discutir uma mudança de modelo para que o beneficiário seja melhor conduzido pela rede assistencial”. Segundo ele, por falta de direcionamento, os usuários acabam buscando consultas em especialistas errados, e por isso precisam ir a mais consultas do que seria necessário. Além disso, refazem exames desnecessariamente.

Fonseca lembrou ainda que os avanços na medicina tendem a aumentar os custos dos tratamentos, com inovações tecnológicas que permitem tratamentos melhores e mais eficientes. “Da mesma forma que estamos discutindo previdência, precisamos pensar em como equacionar questão do financiamento da saúde”.

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