PUBLICIDADE

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post
page

PUBLICIDADE

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post
page
Publicidade

Afonso Augusto propaga: O “Amórbido” está no ar

afonso9

Uma cerimônia de lançamento físico de uma obra sempre foi algo que achei simbólico, desde pequeno quando ia a lançamentos de livros e discos de escritores e artistas locais.

E na noite do último domingo, tive o prazer de receber amigos, artistas e apreciadoras do meu trabalho numa celebração que eu não fazia desde a adolescência quando lancei, com amigo, um livro de poesia.

Embora a gripe e a ausência de dois músicos elementares para mostrar o trabalho em sua extensão tenham diminuído um tanto do brilho, acredito que foi uma noite oportuna, em tempo e estação.

Quero agradecer ao meu irmão Oseas, minha cunhada Grace, Lu, Jaflety, Alef, Rafael Oliveira, ao Rotary Club de Lagarto, à sonorização Radiofon.

Agradecer ao incremento musical de DJ Batata, Zé Luciano, Banda A Conta, Vittor, Um Rap pra elas, MC Fael Black, Lucas Silva.

Aos músicos da minha banda, Jefferson Almeida e Bruno. Agradecer à participação de Julio César no baixo, agradecer ao nosso Baixista, Ivo, que mesmo impossibilitado de ir, muito contribui para a construção sólida desse projeto musical. Agradecer aos parceiros Alê Martins e Leo Airplane, que são partes indispensáveis dessa obra e que não puderam estar presente.
Agradecer a César de Oliveira, pela força pessoal, pelas palavras que extraem e arrebatam (vide texto abaixo). Agradecer a Andre Barbosa, Buda, Reinan.

Enfim, pessoas que na noite deste domingo foram atenciosas e muito colaboraram.

Domingo foi o pontapé, o início dos lançamentos. Agora partindo para os agendamentos: dia 20 em Tobias Barreto no Tobiart, dia 22 em Itabaiana na Bienal do Livro, e outros que estão a ser confirmados. Além de dar continuidade à gravação do novo clipe e fazer as devidas distribuições em sites e agências do país.

O disco físico está sendo vendido nas lojas Hábyto em Lagarto, e em Aracaju na Casa do Artista. Até sexta-feira, o disco também estará disponível nas principais plataformas digitais.

Abraço terno, Afonso Augusto

Resenha: Uma poética das sensações – Por César de Oliveira

Afonso Augusto é um poeta das sensações. Fazer tal afirmação talvez soe redundante, já que elementos sensitivos são inerentes a toda criação e recepção poéticas, independente da matéria-prima em questão – a palavra, na literatura; o ritmo e a melodia, na música; a tinta e as cores, na pintura; o corpo e o movimento, na dança.

Acontece, porém, que as canções de ‘Amórbido’, que são poemas em essência, potencializam a vazão de sensitividade comum a todas as obras de arte. O primordial aqui não é a captação da realidade em si, se é que isso é possível, mas sim como ela é percebida pelos sentidos. Para ilustrar essa ideia, peguemos como exemplo o sentimento passional-amoroso, que é a tônica do disco.

De um lado, temos o vulcão da paixão a todo vapor: “corpo, mente, mãos e membro” são os integrantes, na segunda canção, de um encontro a dois que em nenhum momento abre mão da dimensão física do amor, da sensação táctil por assim dizer. Realçada por uma levada rítmica distinta das demais canções do disco, os versos de “Baby Soul Blues” trazem à tona o Afonso Augusto já presente em Instintos, primeiro EP do compositor e músico nascido em Salvador, mas radicado e entranhado em Lagarto.

De outro lado, nós nos deparamos com o universo das sugestões. Nada é, tudo pode ou poderia ser. O mundo imaginativo, que já está presente no disco por ele ser um trabalho artístico, é duplicado por canções que lidam com a realidade em tom de inconformismo. A dimensão onírica do amor é enfatizada de tal forma que, em “Meu sonho bom”, o poeta busca no real a extensão do sonho interrompido.

“Era uma tarde de outono sob um céu de Monet” diz a canção, contrapondo as impressões evanescentes do sonho às amarguras oponentes de estar acordado. Seja como fuga, seja como abrigo, a dimensão imaginativa se impõe de tal maneira que chega a se converter no que poderíamos chamar, com o perdão do clichê, de “sexto sentido”, responsável por reunir os outros cinco e dissolvê-los, uníssonos.

Talvez dessa oscilação entre realidades paralelas tenha nascido o neologismo que dá nome ao disco: a morbidez do amor que não se alcança ou da paixão concretizada que logo se esvai. Mas é uma morbidez serena, cuja dor parece também ser fonte de prazer (estético ao menos). Uma morbidez amena, com sintomas de poesia.

Uma morbidez, como diria Emily Dickinson, “suave como o massacre dos Sóis Mortos pelos sabres do Anoitecer”.

Confira mais flagrantes da noite do lançamento de “Amórbido” e não deixe de adquirir o seu, prestigie o artista.

Publicidade
Publicidade