PUBLICIDADE

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post
page

PUBLICIDADE

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
post
page
Publicidade

Monitor da Violência: seis meses depois, apenas um caso de assassinato de mulher foi julgado

mosaico-mulheres-destaque-materia

Seis meses depois, apenas um caso de mulher morta de forma violenta de 21 a 27 de agosto do ano passado no Brasil foi a julgamento. É o que mostra um novo levantamento feito pelo G1 tendo como base as 126 mortes de mulheres registradas durante uma semana no país.

Do total de casos de mulheres mortas, 32 (ou seja, 1/4) viraram processos na Justiça, com os acusados respondendo pelo crime. Quase a metade (54), porém, ainda está com a investigação em andamento.

G1 publica nesta quarta e nesta quinta-feira um material especial sobre violência contra a mulher dentro do Monitor da Violência, uma parceria do portal com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Neste projeto do Monitor da Violência foram registrados todos os casos de homicídio, latrocínio, feminicídio, morte por intervenção policial e suicídio ocorridos de 21 a 27 de agosto no Brasil. Ao todo, foram contabilizadas 1.195 vítimas (destas, 1.069 são homens).

Mais de 230 jornalistas espalhados pelo país apuraram e escreveram as histórias das vítimas. Agora, acompanham o andamento dos casos de mulheres.

METODOLOGIA: Monitor da Violência

O novo levantamento revela que:

  • apenas 1 dos casos com uma vítima mulher foi a julgamento
  • 1/4 dos casos virou processo na Justiça: 32
  • 54 casos ainda estão em andamento, sob investigação da polícia, o que representa 43% do total
  • em 47 casos, a autoria ainda é desconhecida
  • após as investigações, os casos de feminicídio pularam de 9 para 21
  • houve prisões em 34 dos casos
  • 25 casos foram considerados suicídiosPara Giane Silvestre e Ariadne Natal, pesquisadoras do NEV-USP, nas mortes de autoria desconhecida (quando não há flagrante, testemunhas ou evidências óbvias), o ritmo lento das investigações e a falta de prioridade dificultam a elucidação dos crimes.

    único caso julgado é o de Tamires Paula de Almeida, de 14 anos. A adolescente foi morta a facadas por um jovem de 13 anos, que estudava na mesma escola de Tamires, em 23 de agosto de 2017. Eles moravam no mesmo prédio, no setor Jardim América, em Goiânia. O adolescente confessou o crime no mesmo dia.

    Segundo o delegado Luiz Gonzaga Júnior, o jovem disse que pretendia matar outras duas jovens da mesma escola. “Segundo ele, simplesmente por ser mulher, por ser mais frágil, por ser mais vulnerável”, conta o delegado. O jovem, porém, desistiu do plano e procurou o coordenador da instituição, a quem contou ter cometido o crime.

    “Houve a utilização de arma branca, desconfiguração do osso e do corpo da vítima, o que demonstra uma relação de menosprezo, uma relação de ódio do autor em relação à vítima. Nós entendemos por esse conjunto probatório que o adolescente praticou um ato infracional assemelhado ao crime de feminicídio”, afirma Gonzaga Júnior.Em 21 de setembro, houve uma nova audiência, desta vez de continuação, no Juizado da Infância e do Juventude, em Goiânia. Na ocasião, foram ouvidas testemunhas e apresentadas provas. O jovem de 13 anos foi julgado como menor infrator e vai cumprir medidas socioeducativas equivalentes a 3 anos de internação, o prazo máximo.

    Sem autoria

    Segundo o levantamento, 47 das 126 mortes continuam sem autoria identificada. Ou seja, em 37% do total de casos ainda não foi apontado quem cometeu o crime. Se forem desconsiderados os suicídios, o percentual de crimes sem identificação sobe para 46,5%.

    Das 126 mortes, apenas 34 resultaram em alguma prisão.

    De acordo com o levantamento, são 25 casos de suicídios na semana. Parte desses inquéritos, porém, ainda está em andamento.

    Os dados mostram ainda que 43% dos casos ainda estão em andamento, sem o oferecimento de uma denúncia pelo Ministério Público. Isto é, sem réus respondendo pelos crimes na Justiça.

    As investigações da morte de Francisca da Costa Lobão Neta, de 30 anos, por exemplo, continuam sem novidade. O corpo dela foi encontrado dentro de um carro abandonado no bairro Água Vermelha, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. A vítima tinha marcas de tiro no olho direito e no tórax.

Publicidade
Publicidade