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Moradores da Barragem de Lagarto são os únicos “satisfeitos” com a paralisação da obra

barragemhoje

A Barragem Dionísio de Araujo Machado na cidade de Lagarto, vem sendo alvo de muitas polêmicas devido a obra de construção da orla que está sendo executada pelo governo do estado, com recursos adquiridos através do deputado Fábio Reis em 2013. A obra, que tinha um prazo estimado de 240 dias para conclusão da primeira etapa, está paralisada desde ano passado e não tem previsão de retomar, para a sorte dos moradores da região.

Desde a fase inicial da obra, os moradores da Barragem, ficaram em uma situação complicada. Por ordem emitida pelo Juiz de Direito da 2º Vara Civel de Lagarto, parte dos moradores foram convidados a desapropriar o espaço, visto que o terreno é de posse do estado e todos os moradores estavam ocupando sem ‘legalidade’. Vale ressaltar que, o bairro é reconhecido perante o município, visto que os mesmos possuíam cadastro na rede de saneamento básico e energia elétrica e os moradores contribuíam com os impostos arrecadados, através dos serviços prestados por estas empresas fornecedoras. 

O prazo de desocupação deu início no dia 06 de junho do ano corrente e expirou no dia 04 de setembro, porém os moradores continuam residindo em seus imóveis, já que não tem onde morar e a obra está paralisada.

A redação do Portal Lagartense fez uma visita à esses moradores para chamar atenção da população, sobre a situação que se encontram essas famílias, que são todas baixa renda. O Sr. José Dias da Paixão, conhecido como Zé Dia, morador da região há 30 anos, possui um dos comércios que ficam localizados na área, nos contou que quando foi notificado judicialmente sobre a desapropriação do seu imóvel no prazo de 90 dias, sua vida se tornou um pesadelo, pois mora com a esposa e seus três filhos, não tem outro lugar pra morar e mantém a renda da família com o comércio do barzinho situado as margens da barragem.

“Eu fiquei quase doido, nem dormia de noite, pensando no que seria da minha vida, onde iria colocar minha família pra morar. Eu não tenho nada, o que tenho é esse ‘barraco’ e meu barzinho, onde meus amigos vem comer um peixinho e tomar uma cerveja enquanto apreciam a paisagem”, afirmou Zé Dia.

Na última audiência realizada no dia 6 de junho, os moradores foram orientados a procurar a Secretária de Assistência Social do município e fazer um cadastro, onde a prefeitura arcaria com o aluguel desses moradores durante 3 meses, conforme o programa de assistência prevê. Mas, ao entrarem em contato com a secretaria receberam a informação de que no momento não haviam casas disponíveis e que eles teriam que aguardar serem chamados. Para eles isso não era uma solução, já que eles precisam de um local por muito mais tempo que isso, logo permaneceram em suas casas.

O deputado Fábio Reis, juntamente com o presidente da COHIDRO, se comprometeram a doar um espaço na região da barragem, para que esses moradores possam construir novas moradias. Em contato com o diretor Gildo, ele informou a redação do Portal que o processo para doação legal desses terrenos está em tramitação e ainda não tem previsão de quando serão liberados. A expectativa é que até o final do ano tudo seja resolvido e a obra retome. Mas isso não resolve totalmente o problema. Os moradores estão preocupados em como vão construir essas novas moradias. 

“Nós não quisemos sair, porque se a gente se mudasse, depois dos três meses onde a gente ia morar? Eu moro aqui a 9 anos, tenho dois filhos pra sustentar, vivo de um salário mínimo, como vou conseguir dinheiro para fazer uma nova casa? A gente já gastou tudo que tinha pra construir a casa que moramos hoje”, afirmou dona Rosendira de Jesus, moradora da região, que também foi notificada para desapropriar o imóvel. 

Enquanto isso, parte dos moradores que ainda não foram notificados para desapropriar seus imóveis, reclamam e sofrem com a falta assistência. “Estamos abandonados, não mandam passar sequer uma máquina, não fazem uma limpeza, as redes de esgoto totalmente defasadas. Começaram as obras, largaram aí a bagunça e quem está sofrendo somos nós que dependemos de visitas de turistas para tocar o comércio. Quem é que quer vir pra barragem numa situação dessas?’, afirmou Sr. Pança.

Muito indignado com o desprezo dos gestores, Sr. Pança relembra como era a barragem quando começou a morar. ” Quando eu lembro de como era aqui, é entristecedor. Não é fácil não, ter 4 filhos e uma esposa para sustentar e viver num desprezo desse, sabe lá quando essa obra vai terminar, enquanto isso Lagarto que carece de áreas de lazer perde mais um espaço e nós ficaremos só com as lembranças dos 30 anos que dedicamos nossa vida à esse lugar”, declarou. 

Segundo o diretor da COHIDRO, 12 terrenos serão doados para as 12 famílias que terão que desocupar a área, na construção dessa primeira etapa da obra. Na medida em que for necessário desabrigar as demais famílias, possíveis soluções serão tomadas de acordo com as condições. 

Por Ane Lisboa do Portal Lagartense

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