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Vacina contra a febre amarela é “imperfeita”, afirma secretário

secretario

A febre amarela roubou a cena no aniversário de 117 anos do Instituto Butantan, maior instituto soroterápico da América Latina que produz diversos tipos de soros e vacinas, entre elas a vacina contra a gripe, mas não contra a febre amarela. A vacina contra febre amarela é produzida no Brasil exclusivamente pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Com a presença do governador, Geraldo Alckmin (PSDB), e do secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, o Instituto Butantan anunciou novidades que não envolvem a doença: a fábrica da primeira vacina contra dengue do mundo, com dose única e cobertura para quatro tipos de vírus, entra em fase experimental em outubro; o lançamento do edital de PPP (parceria público-privada) para construção de fábrica de hemoderivados está previsto para março; e foi assinada parceria com a indústria farmacêutica Libbs para produzir anticorpos monoclonais, medicamentos de alto custo para tratamento de câncer de mama e doenças autoimunes, como artrite reumatoide.

Embora o Instituto Butantan seja referência mundial em pesquisa com trabalhos importantes, como o desenvolvimento de vacina contra a zika, o tema predominante na entrevista à imprensa foi febre amarela, considerada por especialistas uma epidemia no país. Segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (21), são 545 casos e 164 mortes pela doença de julho do ano passado até o momento. Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são os Estados mais afetados.

“A situação está sob controle e nunca saiu do controle”, disse o secretário de Saúde do Estado de São Paulo. Segundo ele, o aumento do número de casos no Estado de São Paulo ocorre devido à reurbanização e invasão das matas. “Em Mairiporã e Atibaia, por exemplo, os condomínios invadiram as matas”, afirma.

A rota da febre amarela

Ele explica que o vírus é oriundo da região amazônica e que chegou à São Paulo por três vias: pela região de São José do Rio Preto/ Ribeirão Preto, região de São João da Boa Vista/Poços de Caldas (MG) e Minas Gerais. “Infelizmente, mosquito não guarda reserva de fronteira, então você não consegue controlar as fronteiras. Não adianta ter só um bom plano estadual porque no entorno é preciso ter planos e uma política para todo o Brasil”, afirma.

Outro ponto que contribuiu para o crescimento rápido da doença, segundo Uip, foi a velocidade de locomoção do inseto, que é três vezes maior do que o previsto. “Os espaços percorridos pelo mosquito foram muito maiores em um menor período de tempo”, diz.

O secretário ressaltou que o objetivo é vacinar todos os paulistas no menor tempo possível. Ele informou que, de 2007 a 2016, o Estado vacinou 7 milhões de pessoas. No ano passado, foram vacinadas mais 7 milhões. O objetivo, até 2 de março, fim da campanha de vacinação fracionada, que está sendo realizada em 54 cidades, é imunizar mais 9 milhões de pessoas. “Vamos estender a campanha quantas vezes forem necessárias. Estamos fazendo planejamento sempre com a mesma lógica: as pessoas mais expostas em primeiro lugar. O importante é que há insumos para todo o Estado.”

Fracionada gera insegurança

A falta de seringas específicas para vacinação fracionada já foi um problema, mas no momento foi contornado, segundo o secretário. “A seringa deve ser própria. Ela trava no 0,1 ml e, depois que é aplicada, trava no zero para que não possa ser reutilizada”. Uip confirmou que o fracionamento da vacina foi uma saída estratégica para que haja doses suficientes para toda a população.

“O mundo disponibiliza de 70 a 90 milhões de vacina por ano. A OMS tem 6 milhões de vacinas estocadas. Por conta do que aconteceu na África [epidemia de febre amarela em 2015], a OMS utilizou 3 milhões. O Brasil produzia em média 4 milhões por mês via Bio-Manguinhos e ajudou o continente africano porque tinha que ajudar.  No momento, tivemos que ter uma saída, que é muito bem fundamentada. O que era 1 virou 5. O que era 20 milhões virou 100 milhões”.

Mas a vacina fracionada, na opinião, de Uip, gerou rejeição das pessoas, que desconfiam de sua eficácia. “Um conceito absolutamente equivocado”, afirma. “Estudos mostram que ela apresenta 98% de proteção”, completa.

Outro motivo da baixa adesão, segundo ele, seria porque a vacina da febre amarela é “imperfeita”, trazendo efeitos colaterais. “Ela é uma vacina imperfeita, de vírus vivo atenuado, é uma vacina de 1936. Ela é segura, com poucos efeitos adversos, mas existem. A grande maioria dos efeitos adversos são pouco sintomáticos, dor muscular, febre baixa. Mas de 1 para 450 mil há um efeito adverso grave. Aqui em São Paulo a proporção é 1 para 1 milhão. É uma vacina imperfeita, mas é a vacina que nós temos”.

O secretário ainda destacou que uma campanha na internet contra vacinas também atrapalha a imunização. “Quem é contra vacina é ignorante. São pessoas que buscam cinco minutos de fama”. Segundo ele, o governo ainda estuda como resolver a questão da baixa adesão à vacina.

Avanço da medicina

Uip ressaltou que, diante do problema da febre amarela, o Estado de São Paulo “criou coisas novas” como o primeiro transplante de fígado no mundo realizado para tratar febre amarela – são oito transplantes bem-sucedidos até o momento – e pesquisa sobre medicamento utilizado para hepatite C que parece ser efetivo para tratar o vírus de febre amarela quando provoca hepatite, tanto aguda quanto crônica.

O Aedes aegypti continua sendo monitorado, embora não tenha registro de febre amarela urbana desde 1942 no Brasil. Segundo o secretário, há uma percepção de que o Ades não tenha muita competência de abrigar e transmitir o vírus da febre amarela. “Isso é muito bom, mas o continuamos monitorando para verificar se isso não muda em algum momento”.

Fonte: R7

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